No começo deste ano, muitos estudantes jamais poderiam imaginar que teriam que se adaptar tão rápido a um modelo de educação antes visto como opcional para muitos: o ensino digital.
Sentar-se em casa, em frente a um computador, para ver e ouvir um professor dando aula certamente é a realidade de muitos alunos já a bastante tempo – vide Ensino a Distância (EAD) – mas essa também passou a ser a realidade de praticamente todos os alunos desde que a chegada da Covid-19 tornou aglomerações impossíveis e obrigou todos ao distanciamento social.
No entanto, essa mudança tem sido um desafio para muitos jovens. A nova realidade da educação imposta para todos, ainda que uma questão de rápida adaptabilidade para alguns, revelou um conjunto de dificuldades enfrentadas por uma grande parcela de alunos das redes de ensino em todo o país, sejam públicas ou privadas.
E isso não diz respeito nem possibilidades financeiras de alunos, mas sim ao próprio preparo do ensino para a nova realidade 100% digital que a pandemia nos obrigou a adotar.
A pesquisa Educação Não Presencial na Perspectiva de Alunos e Família aponta que, em julho, 18% dos estudantes de escolas públicas não haviam nem ao menos recebido qualquer atividade remota. Nos estados Norte e Nordeste, a parcela foi maior, com 38% e 30% respectivamente. E é importante questionar mesmo a exatidão destas porcentagens. Em Fortaleza, por exemplo, escolas sem recursos para dar ensino médio simplesmente suspenderam aulas pelo resto deste ano, com previsão indeterminada para o ano que vem.
Apesar disso, é uma verdade a grande adaptação pela qual o ensino geral vem passando. Hoje se vê até outras modalidades do ensino, como autoescolas, por exemplo, adaptando-se ao ensino remoto, com aplicativos e uso de plataformas de videoconferências, como o Microsoft Teams ou o Super Aula.
Moisés Freire Neto
Fonte: https://www.otempo.com.br/opiniao/artigos/a-educacao-digital-como-aliada-1.2402241